Firmar minha identidade em quem eu sou!

Quando eu formo minha identidade embasada em quem eu sou, não deixo o outro roubar o que é meu e nem desestruturar minha estabilidade emocional. Essa formação vai além do autoconhecimento: é me assumir em atitudes e intenções no que realmente me pertence. Diante dos desafios da vida não permitir que outros decidam por mim o que eu quero, caminhos e sonhos. Identificar com quem eu sou, reconhecer-me no que faço é a minha identidade. Poder ter a liberdade de viver sem amarras!

Afeiçoar-se com quem eu sou, reconhecer-me na minha própria essência e no que faço, contribui com a construção da minha identidade e com o melhor de mim. Eleva minha autoestima, não permite confundir minhas ideias e deixar levar-me no que os outros pensam ser o melhor para mim, dominar quem eu sou. Ao entender minha identidade fica mais fácil estar no comando das minhas ações, ocorre evitavelmente uma tomada de consciência do caminho das escolhas. Respeito com minhas atitudes e intenções diante dos desafios da vida, fica mais fácil separar quem eu sou é quem é o outro e respeitar que sou eu quem decide por mim, sem culpas, sobretudo sobre meus sonhos e futuro.

A formação da identidade é sempre um desafio diário. Por um lado, ultrapassa o contexto das obrigações, do que damos conta de fazer mesmo que neuróticos insatisfeitos e reclamantes do mix de emoções da nossa produção e misturar com o conforto do que gostamos de fazer. O segredo é permitir a ter prazer, ao considerar o contato com situações e sentimentos que nos inquietam e não nos aborrecem. Por outro lado, faz parte desse processo de construção a conexão com pessoas importantes em nossas vidas, como familiares, amigos, entre outros, isto é, aqueles que nos apoiam, cada um a seu modo, e nos motivam diante de enfrentamentos do dia-a-dia. São pessoas com as quais podemos compartilhar intimidades, e que se dispõe a nos escutar, acolher e amparar nessa busca da identidade.

Muitas vezes vivemos dias em que tudo nos aborrece e fica mais difícil identificar o que erramos. Situações, pessoas e também conosco, podem ser como profissionais, amigos, familiares, pessoas que nos são próxima e queridas, colegas do dia-a-dia. Mas é bom lembrar que há uma responsabilidade em nosso comportamento e o que causamos com ele em nossas vidas e na dos outros.
Quem eu sou diante desse universo fica mais tranquilo quando trabalho na formação da minha identidade e me respeito.

Sabe-se que as nossas ações quando não condizentes com o nosso eu costuma nos frustrar muito, e na maioria das vezes deixam marcas podendo comprometer uma vida. Por isso, a formação da identidade não deve ficar atrelada somente ao que o outro pensa e fala de nós, ou na aceitação da decisão do outro em detrimento ao que queremos, seja por medo da rejeição, seja por mentiras e incertezas. Posturas como essas só nos trazem sofrimento, ainda mais quando tentamos maquiar a situação de feliz. O melhor sempre é nos valer daquilo que buscamos com prioridade só assim poderemos assumir verdadeiramente o comando da nossa vida.

Reporto-me aqui a atitudes simples e não simplórias quando queremos mudar nossa história, o que sem dúvida requer muito investimento pessoal, como praticar a generosidade, gratidão, honestidade, como ser mais amável, empáticos com nós próprios e com os outros. Aceitar o processo de mudança é outro fator importante, muitas vezes precisa ser facilitado por uma boa psicoterapia, porque vivemos cheios de conflitos, contradições e resistimos a sair do que nos é familiar, assusta, atingir as expectativas que depositamos em nós muitas vezes nos leva a um abismo entre aquilo que somos e o que gostaríamos de ser, não se culpe e conforte-se que essa crise é humana!

O que no outro não me agrada, não é uma escolha minha, é do outro. Só posso mudar a mim mesmo, a base precisa ser o respeito entre as relações humanas. Como buscar uma formação de identidade saudável? Eu costumo usar uma metáfora conhecida: a vida é como um jardim que cultivamos dia-a-dia, toma tempo e precisa de amor próprio e dedicação para florir. Coisas básicas mudam nossa história, como sermos mais generosos, gratos, honestos, amáveis conosco e com os outros. Procurarmos realmente torcer pelo bem do próximo, mas para isso precisamos aprender a contrariar-nos no nosso velho eu para aceitar caminhos nunca percorridos e deixar acontecer em nosso íntimo uma identidade mais plena e aceitar que podemos sermos melhores conosco.

Mas o que isso tem haver com identidade? Muito, pois iremos cultivar um contexto agradável onde permitimos trocas saudáveis com outras pessoas e o Universo. Só guarde na mente que a busca da sua identidade é responsabilidade sua e consequentemente serão as flores!

Psicóloga Nárada Salomão | CRP: 06/56651